As condições meteorológicas adversas para o voo podem ser fatores contribuintes de acidentes aéreos, tendo grande valor para a segurança operacional de voo.
Um estudo realizado pelo Centro Nacional de Análise de Dados de Segurança da Aviação (National Aviation Safety Data Analysis Center – NASDAC), no período de 1992 a 2001, e dados do sistema de Análise e Compartilhamento de Informações de Segurança da Aviação (Aviation Safety Information Analysis and Sharing – ASIAS), desenvolvido pela Federal Aviation Administration – FAA, no período de 2003 a 2007, constataram que aproximadamente 21% do total de acidentes aeronáuticos tiveram fatores meteorológicos dentre os possíveis fatores contribuintes. Ambos os estudos utilizaram dados da National Transportation Safety Board (NTSB).
A figura abaixo apresenta, em porcentagem, os diferentes tipos de fatores meteorológicos contribuintes.
A consulta das informações meteorológicas disponíveis dos aeródromos de decolagem, destino, alternativa e em rota deve ser realizada, conforme a sequência de verificações abaixo:
Consultar METAR, SPECI, TAF, SIGMET, AIRMET, GAMET e verificar: Condições de vento, visibilidade, teto, nebulosidade, temperaturas e precipitação; | |
Atentar para os mínimos meteorológicos para operação VFR e IFR estabelecidos nos regulamentos e nas cartas dos aeródromos; | |
Verificar se o vento presente e o vento previsto enquadram-se dentro das limitações do manual da aeronave; | |
Verificar registros e previsões do tempo para a rota a ser voada, consultando imagens de satélites, cartas SIGWX e cartas de vento em altitude; | |
Verificar se há condições meteorológicas adversas previstas (formação de gelo, nevoeiro, chuva forte, tesoura de vento, rajadas de vento, turbulência); | |
Verificar condições para retorno ou pouso de precaução em caso de ambiente visual degradado (velocidade e altura mínima para helicópteros voando VFR). |
Fatores que podem contribuir para uma avaliação equivocada das condições meteorológicas
De acordo com informações disponíveis no Painel SIPAER, ferramenta de visualização de dados desenvolvida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), entre 2007 e 2017, foram registradas no Brasil 121 ocorrências em que as condições meteorológicas adversas atuaram como possíveis fatores contribuintes. Em 38 desses eventos, os investigadores do CENIPA concluíram que houve uma avaliação inadequada das informações meteorológicas disponíveis durante o planejamento de voo.
Gráfico elaborado a partir de informações extraídas do Painel SIPAER em 10/05/2018 (CENIPA: http://www2.fab.mil.br/cenipa/)
Recomenda-se que os pilotos conheçam e respeitem as suas próprias limitações operacionais. Durante o planejamento de voo, ao avaliar as informações meteorológicas disponíveis, deve-se evitar que pressões externas ao ambiente operacional influenciem no processo decisório do gerenciamento do risco do fator meteorológico. Pressões externas, excesso de confiança, indisponibilidade da informação meteorológicas e erros de interpretação devem ser evitados durante a avaliação das condições meteorológicas.
Fonte: Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC
Desejo a todos bons voos!!
Claudia
INVA ASC