Continuando a falar sobre o sistema de lubrificação hoje iremos abordar sobre as principais propriedades dos óleos.
Além da função normal de lubrificação das peças móveis, o óleo tem como função secundária auxiliar o resfriamento do motor. A falta de lubrificação coloca as peças metálicas móveis em contato, provocando desgaste e calor por atrito. O calor pode queimar o óleo, transformando-se numa borra pegajosa que acabará impedindo o funcionamento das peças. As principais propriedades do óleo lubrificante são:
- Viscosidade;
- Ponto de Congelamento
- Ponto de Fulgor;
VISCOSIDADE
É a resistência que o óleo oferece ao escoamento. O frio aumenta a viscosidade, tornando difícil o movimento das peças. O calor excessivo diminui a viscosidade, tornando o óleo muito fluído e incapaz de manter a película lubrificante entre as peças. Por isso a temperatura do óleo deve ser mantida dentro de determinados limites.
Determinação da Viscosidade
A viscosidade do óleo é determinada por meio de instrumentos chamados viscosímetros. Um deles é o Viscosímetro de Saybolt, que mede o tempo de 60 cm³ do óleo levam para escoar através de um orifício padrão, numa dada temperatura. Por exemplo, se o óleo levar 120 segundos para escoar de um Viscosímetro de Saybolt à temperatura de 210 graus Fahrenheit, ele receberá a designação 120SSU210.
Classificação SAE (“Society of Automotive Engineers”)
É um método muito utilizado, que classifica os óleos em sete grupos: SAE10, SAE20, SAE30, SAE40, SAE50, SAE60, SAE70, na ordem crescente de viscosidade.
Classificação para Aviação
O óleo fornecido pelas empresas de petróleo, destinado à aviação, tem uma classificação comercial própria, indicada através de números:65, 80, 100, 120 e 140. Esses números correspondem ao dobro dos valores da classificação SAE (exceto o 65), conforme mostra a tabela abaixo.
PONTO DE CONGELAMENTO
É a temperatura em que o óleo deixa de escoar. Um bom óleo tem baixo ponto de congelamento, permitindo que o motor possa partir e funcionar em baixas temperaturas.
PONTO DE FULGOR
É a temperatura em que o óleo inflama-se momentaneamente quando em contato com uma chama. Um bom óleo tem alto ponto de fulgor, para tonar possível a lubrificação em temperatura elevada.
FLUIDEZ
Esta propriedade indica a facilidade em fluir. O óleo lubrificante deve ter elevada fluidez, para circular facilmente pelo motor.
No caso dos óleos, a fluidez está ligada à viscosidade. Infelizmente a fluidez não pode ser aumentada além de um certo limite sem prejudicar a viscosidade.
ESTABILIDADE
O óleo deve ser estável, isto é, não deve sofrer alterações químicas e físicas durante o uso. Na realidade, como as alterações são inevitáveis, são estabelecidas tolerâncias através de normas (padrões ASTM, MIL, etc).
NEUTRALIDADE
Indica a ausência de acidez no óleo. Os ácidos, se presentes, atacam quimicamente as peças do motor, causando corrosão.
OLEOSIDADE
Este termo, traduzido de “oiliness”, depende do óleo e do tipo da superfície a ser lubrificada. Indica a capacidade do óleo aderir à superfície. É uma propriedade importante, pois um óleo com boa viscosidade e boa formação de filme lubrificante seria inútil se não for capaz de aderir bem às superfícies das peças.
ADITIVOS
São substâncias químicas adicionadas ao óleo para melhorar as suas qualidades. Os principais são:
- Anti-oxidantes – Melhoram a estabilidade química do óleo, reduzindo a oxidação, que é a combinação do óleo como oxigênio do ar, formando substâncias corrosivas, borras e outras substâncias nocivas.
- Detergentes – Servem para dissolver as impurezas que se depositam nas partes internas do motor.
- Anti-espumante – Servem para evitar a formação de espuma, que provoca falta de óleo nas peças a serem lubrificadas.
Gustavo Henrique Jansen