Voo IFR e a importância do Cross-check

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Apesar do voo sob IFR ocorrer em condições de tempo muito piores do que o permitido para VFR, a operação de aeronaves está sempre sujeita ao mínimo de condições. Estes dependem do tipo de ajudas eletrônicas à navegação disponíveis, da localização e altitude do local e de eventuais obstáculos nas proximidades do aeroporto.

Para realizar voos por instrumentos com segurança, o piloto deve desenvolver habilidades para a correta interpretação e o cheque-cruzado (scanning) dos instrumentos, o que lhe permitirá um adequado controle do avião em voo. O cheque cruzado presume uma constante e lógica observação dos instrumentos indicadores de ATITUDE (horizonte artificial) e de performance (velocidade, altitude, razão de subida/descida e potência). A cada momento específico do voo, alguns instrumentos terão uma maior prioridade para observação do que outros.

Uma das grandes dificuldades iniciais no aprendizado do voo por instrumentos é o piloto ser capaz de priorizar a interpretação e as informações dadas pelos instrumentos, conseguindo dissociá-las das sensações físicas, propiciadas pelas acelerações laterais e verticais e a percepção visual, fornecidas pela visibilidade residual do ambiente externo. O conflito entre as sensações físicas somadas à percepção visual, em oposição às indicações dos instrumentos, é uma das principais causas da vertigem e da desorientação espacial.

A partir do momento em que o piloto consegue superar este conflito, priorizando e confiando nas indicações dos instrumentos de voo, cresce a sua autoconfiança e o voo, orientado exclusivamente por instrumentos, passa a ser natural e seguro.

 

INSTRUMENTOS PARA O VOO IFR

  • Giroscópio

O Giroscópio pode ser encontrado nos instrumentos: Indicador de Atitude, Giro Direcional, Turn-Coordinator e Turn & Bank.

Segurança de voo: Durante o check pré-decolagem, fazer a verificação da bomba de vácuo se está funcionando corretamente, caso não esteja, podemos perder todos os instrumentos que dependem deste sistema, como os que possuem um giroscópio.

  • Indicador de Atitude (Horizonte Artificial)

No indicador de atitude, o giroscópio gira no plano horizontal, paralelo ao horizonte natural da terra, independente do movimento da aeronave. Pode ser alimentado por bomba de vácuo ou alimentado por eletricidade. Ambos possuem internamente um giroscópio. Com ele podemos substituir o horizonte natural, com referências de atitude da aeronave instantaneamente. Possui uma regulagem de subida e descida e o ajuste é feito no solo antes da decolagem. O ajuste poderá ser feito também em voo, desde que o piloto observar que o instrumento CLIMB está estabilizado no (ZERO), ou seja sem subir nem descer. Após verificado, ajuste o ponto central do horizonte ao centro no GRAU 0.

  • Giro Direcional

Para que possamos obter a proa magnética no giro direcional, devemos ajustar manualmente o mesmo observando a proa magnética da bússola. É muito importante fazer o ajuste sempre com as asas niveladas (nunca em curva). O ajuste deve ser feito sempre de 15 em 15 minutos e sempre que terminar uma curva, após nivelar a asa. Existe um giro direcional que é escravizado com a bússola, neste caso não é necessário ajuste. Ocorre devido a um sensor magnético (Magnetic Azimuth Transmitter) localizado em um ponto da aeronave que sofre menor influência magnética.

  • Turn-coordinator e Turn-and-slip indicator

Este tipo de instrumento possui internamente o giroscópio, girando no plano vertical e eixo longitudinal. São alimentados por eletricidade e os dois tipos indicam RATE OF TURN. O Turn-Coordinator indica também o RATE OF ROLL.

  • Velocímetro

O velocímetro recebe pressão por impacto do ar no Tubo de Pitot e também pressão estática vinda da tomada de pressão estática. A diferença entre as duas pressões faz movimentar o ponteiro da velocidade, se a pressão de impacto for maior que a pressão estática o ponteiro de velocidade sobe indicando essa diferença na marcação de velocidade.

  • Altímetro

O altímetro indica a altitude através das diferenças de pressões da tomada de pressão estática do TUBO DE PITOT. Dentro do altímetro existe uma cápsula ANERÓIDE com vácuo interno e à medida que a pressão externa vai caindo com a subida da aeronave, a cápsula vai se expandindo, movimentando o ponteiro do altímetro através dessa diferença de pressão.

Todo altímetro possui um erro de indicação, devido as  diferenças de pressões de cada região de onde a aeronave decolou. E para que todas voem no mesmo nível, é realizado um ajuste padrão, onde ao atingir a Altitude de Transição, o piloto deve ajustar o altímetro de QNH para QNE (1013,2 hPa ou 29,92 Pol). Portanto, ao passar pelo Nível de Transição, o piloto deverá ajustar o altímetro de QNE para o ajuste do local do pouso QNH, normalmente transmitido pela informação ATIS e pelo controlador de voo.

  • Climb

O CLIMB indica a razão de subida da aeronave, sendo que a amostragem não é instantânea e leva cerca de três a nove segundo para o ponteiro estabilizar em uma informação precisa de subida ou descida.

O CLIMB possui um diafragma interno que recebe a pressão estática diretamente e um corpo que possui uma saída e entrada de pressão estática calibrada. As diferenças de pressões que o diafragma recebe faz com que o mesmo se dilate ou se contraia, movimentando o ponteiro.

CROSS-CHECK DOS INSTRUMENTOS

Vamos dividir os instrumentos em 3 etapas:

1° INSTRUMENTOS DE PITCH                                                

2° INSTRUMENTOS DE BANK

3° INSTRUMENTOS DE POWER

1° INSTRUMENTOS DE PITCH

Velocímetro, Horizonte Artificial, Altímetro e Climb

2° INSTRUMENTOS DE BANK

Turn and Bank, Horizonte Artificial e Giro Direcional

3° INSTRUMENTOS DE POWER

Velocímetro e Instrumentos de Motor

Obs: Na figura de instrumentos de PITCH e POWER, temos o velocímetro. Já na figura de instrumentos de PITCH e BANK é a vez do horizonte artificial fazer parte nos dois conjuntos. O Horizonte Artificial, conhecido como indicador de atitude, é o principal de todos os outros instrumentos, é nele que iniciamos o cross-check.

O passo para a leitura dos instrumentos é sob forma de T.

1° Horizonte Artificial para Velocímetro

2° Horizonte Artificial para Altímetro

3° Horizonte Artificial para Giro Direcional

Sempre que realizar o cross-check de algum instrumento, volte para o horizonte artificial.

Ao iniciar uma curva, subida ou descida além da leitura em forma de T, acrescentar mais estas duas etapas que estão em negrito:

1° Horizonte Artificial para Velocímetro

2° Horizonte Artificial para Altímetro

3° Horizonte Artificial para Giro Direcional

4° Horizonte Artificial para Turn Bank

5° Horizonte Artificial para Climb

Voar por instrumento requer muita atenção e conhecimento. O voo deve ser conduzido de forma suave e coordenada. O Piloto deve sempre saber o que está fazendo e qual será o próximo passo.

Desejo bons voos e até a próxima!

Claudia

INVA ASC

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