Características do STALL

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A asa “estola” quando o ângulo crítico ou ângulo de stall é atingido, ponto no qual os filetes de ar se desprendem e tornam-se turbulentos, reduzindo consideravelmente a produção de sustentação pela asa. Em baixos ângulos de ataque os filetes de ar se desprendem na parte traseira da asa, não causando nenhuma perda de sustentação significante. Porém, à medida que o ângulo de ataque é aumentado e se aproxima do ângulo crítico (1), o deslocamento dos filetes começa a ocorrer mais próximo ao bordo de ataque, até o ponto em que o arrasto gerado pelo turbilhonamento (2) é tão elevado que a sustentação produzida torna-se insuficiente para manter o avião em voo.

Cada aeronave possui um dispositivo específico para alertar o piloto sobre a proximidade de a aeronave entrar em stall, este alerta é geralmente caracterizado por um alerta sonoro e/ou visual. Além destes alertas automáticos, o piloto é capaz de reconhecer a proximidade do stall das seguintes formas:

– vibração na aeronave

– diminuição da sensibilidade dos comandos

– atitude da aeronave muito diferente do habitual

Alguns fatores externos como formação de gelo e elevado acumulo de sujeira nas asas aumentam a velocidade de stall da aeronave, diminuindo a eficiência e o desempenho da mesma.

O peso e a altitude do voo também têm influência direta na variação da velocidade de stall da aeronave. Quanto maior o peso e a altitude maior será a velocidade da stall.

Apesar de o stall estar relacionado ao ângulo de ataque, são poucas as aeronaves que possuem o instrumento que indique este parâmetro. Deste modo, a maneira pela qual o piloto deverá monitorar a proximidade do stall é através da velocidade da aeronave. O fabricante da aeronave, através do manual de operações da aeronave, disponibiliza as velocidades de stall de acordo com o peso e a configuração da aeronave. Portanto, lembre-se, o recurso mais eficiente disponível para você voar numa velocidade segura é o constante monitoramento do velocímetro da aeronave, e obviamente o conhecimento da velocidade de stall do equipamento que você está operando.

Uma asa deve ser projetada para que o stall tenha início na raiz da asa e só depois se estenda para a ponta da asa. Mas qual a diferença do stall começar na raiz ou na ponta da asa? Na ponta da asa ficam localizados os ailerons – aerofólios responsáveis pelo movimento da aeronave sobre seu eixo longitudinal – e um stall nesta região da asa pode fazer com que o piloto perca o controle sobre os ailerons, o que pode levar a uma situação mais crítica.

Este é o motivo pelo qual é preferível que o stall tenha início na raiz da asa. Em alguns perfis a ponta da asa tem uma leve torção em relação à raiz, de modo que a ponta tenha sempre um ângulo de ataque inferior ao da raiz. Este tipo de perfil é comumente encontrado na asa das aeronaves a jato.

A figura abaixo ilustra a sequência do stall e da sua recuperação, para que você tenha uma ideia mais clara do que ocorre nesta situação.

1. O nariz da aeronave começa a se elevar, aumentando o ângulo de ataque.

2. Aeronave com o nariz e o ângulo de ataque elevado, e a velocidade muito próxima

da velocidade de stall. A aeronave se encontra no pré-stall, nesta fase uma ação rápida do piloto livraria a aeronave do stall.

3. A aeronave entra em stall. Neste momento será emitido um alerta sonoro. Devido a

um ângulo de ataque excessivo a aeronave acabou entrando em stall.

4. Após o stall o nariz da aeronave cairá, neste momento deve-se e empurrar

levemente o manche – para diminuir o ângulo de ataque – e mover a manete de

potência para frente, de modo que a aeronave recupere velocidade e não perca muita

altitude.

5. Ao atingir uma velocidade segura, puxe suavemente o manche para recuperar o

avião do mergulho. Se o manche for puxado bruscamente a aeronave correrá sério

risco de entrar novamente em stall.

6. Aeronave recuperada do stall estabelece o voo nivelado, neste momento deve-se

ajustar a potência para que a velocidade não dispare.

Abaixo temos um vídeo que mostra com clareza o fluxo de ar na parte superior da asa e sua variação com a velocidade reduzida e o aumento do ângulo crítico:

Fonte: Livro Teoria de Voo (Aviões) – PP e PC – Editora Bianch

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